domingo, 24 de maio de 2015

Reforma da Casa terra

                                   Casa terra

“Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela não, porque na casa não tinha chão...”

Soube que, inicialmente, tinha sido um canil, mais tarde transformada em casa para o caseiro Podalírio. Nunca encontrei os lírios podados, pelo menos por aqui, mas fico reparando como este nome é versátil, podendo ser agregado à várias espécies vegetais: Podagrama, Podamacieira, Podapinheiro ...

Arte que preciso aprender: podar. Em Sanidade Vegetal, disciplina do curso de Agroecologia, podar é método para extinção de partes ou todo de plantas doentes e uma forma de estimular o crescimento de novos galhos e maior desenvolvimento das plantas saudáveis. Usada também como paisagismo - topiaria - como fazemos com nossos cabelos e unhas... Assim também, defeitos ou maus hábitos e relacionamentos de baixa qualidade podem ser extintos, cortando-os, dando limites a eles, mantendo-os sob controle, ou arrancando-os pela raiz quando necessário. Quanta poda drástica já fiz em minha vida, com esforço e dor, mas alívio e crescimento espiritual!

Apenas uma porta de ferro toda envidraçada e virada para a mata, de costas para a porteira e demais construções. Parecia estar de mal com todos. Na verdade, estava abandonada. Eu e filha Sílvia lavamos-a de mangueira na chegada. Os restos de móveis da farmácia do proprietário   anterior foram predispostos par que servissem de um ateliê. Adicionei os materiais de artesanato e costura, até mesmo a máquina manual de pedal. E nunca fiquei à vontade lá dentro para criar. Mesmo na sede da Fênix – Casa Éter – dispus de tempo para tal. Aos poucos, tudo foi   levado para onde eu morava e, na Casa Água, os móveis aguardam que Maria Helena Flores venha buscar para montar o brechó beneficente do Grupo Espírita. Olhava as vidraças enferrujando ainda mais e uma parte do forrinho de pinus estragando-se com goteira. Cheguei a comprar a massa de calafetar e antes disto, fiz um preparado com gasolina e isopor que aprendi.Com a queda em janeiro desencorajei-me de correr riscos novamente subindo ao telhado. À época da instalação hidráulica externa, houve muita erosão da terra pela chuva, entrando muita lama sob a porta já que abríramos uma valeta a partir da Casa Fogo – deixando em espera uma mangueira para, futuramente, colocar uma fiação elétrica subterrânea, substituindo a área atual. Por meses esperei alguém para fechar valos, e isto foi feito pelo filho Guilherme, numa vinda de Brasília. Também recobriu os da lomba Oeste e parte do pátio dos fundos.

Pensara numa oficina de Permacultura, ampliá-la com 2 peças circulares em hiper-adobe, no terreno plano antes dos limoeiros. Serviria para o Jardim Waldorf?

A amiga Helen, antes da compra, pedira para vir nela morar. Pensara acolher Gian e Tamara que precisavam de um espaço para constituírem seu lar mas, realmente não oferecia condições. Mesmo a pintura, verde claro, não combina com a propriedade.

Ficando próxima ao portão de entrada para a Mata, era impossível ignorá-la. Recebera gramado e plantio de capim-cidreira na área que foi feito um chanfrado no barranco. Eu carregara pedras verdes para refazer a escada de solo puro. Por vezes acolheu ferramentas de jardinagem e carrinho-de-mão. Poderia ser uma oficina e depósito de materiais. No entanto, a horta fica bem longe dela, o que indianizou esta intenção.

Bem arrumadinha poderia servir como hospedagem nos workshops de autotransformação almejado?

Neste inverno com início de implantação do parreiral e conserto da lareira, não é uma prioridade reformá-la. O velho barracão está na eminência de cair e poderia ser refeito nos fundos, com canil, casa de lenha e uma vaga de garagem. A Casa Fogo (cozinha externa) está tendo seu projeto de reforma executado pela Secretaria de Agricultura, para manipulação de ervas medicinais e alimentos; o mirante aguarda os andaimes de madeira e cobertura; o bwc externo, teto vivo e cobertura verde nas paredes; a piscina aguarda reforma e o teto foi estragado pelas pedras de outubro/2014.  As instalações elétricas internas e externas de toda a Chácara Fênix precisam ser refeitas e ampliadas e fora, colocadas sob a terra, o relógio mudado para próximo à porteira, esta poderia ficar lá embaixo no início do acesso, o poste do relógio cedeu, inclinando-se, estando vulnerável. A Casa Mata precisa de conserto, pintura e amassamento nos vidros da porta, instalação do banheiro, reboco e caiação internos, teto vivo, instalação elétrica; o pátio e entorno da propriedade precisam de britas e calçadas de acesso entre as edificações. A captação de água dos telhados também aguarda. A varanda sobre o porão será uma forma de ter proteção para o apartamento que virará oficina e um jardim de inverno para a Casa Éter. As cercas limites na orla do rio precisam ser refeitas e neste inverso, muitas mudas aguardam plantio, o que demanda gastos com mão-de-obra para cavar ninhos. E há que calcarear a lomba Oeste, comprar as videiras e fazer a estrutura de cimento e arame em forma de “latada”, seguir com o plantio dos quebra-ventos e frutíferas.

Esta casinha é privilegiada pelo aquecimento do sol. 

Em dezembro passado busquei a prima Letinha e esposo Rui, residentes em Porto Alegre para virem jantar comigo e a conhecerem o Guilherme, esposa e filha. Este casal é admiravelmente culto e de uma espontaneidade fora de série. Doutores e sem nenhum traço de arrogância.
Eles sugeriram buscar recursos financeiros com pessoas ligadas à Permacultura, trocando por hospedagem. Intenciona colocar-me em contato com elas.Com o desencarne de seu pai viúvo Aquilino Arruda (tio Quila) em abril, a casa onde esta prima criou-se com seus irmãos, será vendida e em breve se aposentarão,pretendendo morar num sítio aqui em Lages. Então adiantou-me algum dinheiro como aluguel para deixar a mobília antiga e valiosos pertences que herdou aqui, além de ter um cantinho para ficar em suas próximas vindas e se estabeleça no local escolhido. Aquela importância deu para comprar areia grossa e fina, brita, cimento e cal necessários à reforma, exceto o frete.

Tanta sincronicidade é possível. Eu buscava um pedreiro bom até humanamente falando, além de competente, honesto, econômico, para transformar o banheiro dos fundos em área de serviço aqui em casa. Helen indicou-me o Cenir que realizava a reforma da casa dela. Ele veio e passei o orçamento à prima. Fiquei constrangida dela estar pagando a mão-de-obra mas eu não poderia custear agora. Desde o início senti confiança e gratidão em sua proposta e ações.
O que é gratidão, senão aceitar entrar pelas portas que se abrem?
Usamos 2 janelas de demolição. Tijolos para uma parede a fazer, havia aqui. Azulejo para o pequeno quarto dos fundos, será um mosaico do que há aqui também.
Minha tarefa é restaurar porta, janelas e móveis, comprar madeiras como semalhas e batentes, talvez telhas a substituir quebradas, um fogão a lenha, pintar dentro e fora com caiação, por cortinas e móveis disponíveis. Refazer o barranco na parte que será feita a escada, retirar os entulhos de paredes retidas, para a estrada de acesso, a terra do rebaixamento do entorno e do barranco, para outras áreas e mesmo para a fundação debaixo da casa, nos fundos. As semalhas, batentes e porta interna ainda não foram orçadas.
Alguns registros do antes e de como estamos indo com apenas uma semana de trabalho:

 FOTOS ANTES DO INÍCIO DA REFORMA:



















 O pedreiro Cenir: 4a. feira 12.05.2015

 








“O Senhor é meu Pastor. Nada me faltará!”

Sinto-me imensamente rica, porque em toda minha existência sempre que precisei, os recursos se apresentaram.










Material elétrico comprado, vistas e semalhas colocadas, calçadas em L prontas, piso no quartinho dos fundos, aberturas trocada (1), parede de vidro substituída por tijolos com janela de demolição, meia parede interna entre cozinha e sala removida, casinha toda rebocada onde não era, interna e fundos fora.  dias 25 e 26 de maio são dias de fazer escada no barranco com  calçadas antigas ganhas de Guilherme Floriani e Aline, calafetar entrada dágua no telhado, trocar forrinho na parte apodrecida, e melhorar instalações elétricas.
Espero 3a. feira dar jeito num funileiro para chapéu e telhão para a lareira...

Era uma casa muito engraçada... hoje quase um lar!

E após provas e em meio ao plantio de árvores e cordões vegetais na lomba oeste, vou pintá-la com caiação e seguir com raspagens de ferrugem e  tintas velhas das aberturas, para enfim pintá-las nas férias de julho!

Quem quer ajudar-me? Olha a história da GALINHA RUIVA, hein?

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